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sexta-feira, 14 de junho de 2013

Mandibulados Aquáticos



Mandibulados Aquáticos
Filo Arthropoda
Subfilo Crustacea

O nome do subfilo Crustácea (L. crusta, concha) deriva do envoltório resistente que na maioria dos crustáceos apresenta. Foram descritas cerca de 30.000 espécies e provavelmente as existentes correspondam a várias vezes este número. As espécies comestíveis são as mais conhecidas por nós são lagostas, lagostins, camarões e caranguejos.
Os Crustáceas e os Uniramia têm em comum, além de um par de mandíbulas, pelo menos um par de antenas e um par de maxilas, seguindo-se um par de apêndices em cada segmento do corpo ou somito. Em alguns crustáceos nem todos os somitos apresentam apêndices. Seus tagmas são cabeça e tronco ou cabeça, tórax e abdômen.
Os Crustáceas são um grande subfilo e primariamente aquáticos.  Os crustáceos apresentam dois pares de antenas, seus apêndices são primitivamente birremes e muitos apresentam carapaça.
Todos os artrópodes precisam livrar-se periodicamente de sua cutícula (ecdise) e crescer aumentando suas dimensões antes que a cutícula recentemente secretada enrijeça. Os períodos de pré-muda e pós-muda são controlados por hormônios, do mesmo modo de outros processos, como as mudanças na cor do corpo e a expressão das características sexuais secundárias.
Aos hábitos alimentares variam grandemente em Crustacea e há muitos predadores, detritívoros, comedores de partículas em suspensão e parasitas. A respiração ocorre através de superfície do corpo ou brânquias e órgãos excretores tomam a forma de glândulas antenas ou maxilares. A circulação, como em outros artrópodes, ocorre através de um sistema aberto formado por seios (hemocele), e um coração tubular dorsal é o principal órgão bombeador. Eles também podem apresentar olhos compostos constituídos por unidades denominadas omatídios. Os sexos são usualmente separados. Os crustáceos são um grupo extenso com muitas subdivisões. Exibe grande variedade em estruturas, ocupação de habitats e modos de vida. Há alguns maiores, outros menores, uns altamente desenvolvidos outros porém apresentam organização simples.
Classe Remipedia
Os Remipedia são uma classe de crustácea muito pequena e recentemente descrita. As 10 descritas até o momento são provenientes de cavernas em conexão com Omar. Os Remipedia apresentam algumas características muito primitivas.
Há de 25 a 38 segmentos no tronco (tórax e abdômen), todos com apêndices natatórios pares, birremes, essencialmente iguais. As antêmulas são birremes. Os dois pares de maxilas e um par de maxilípedes, entretanto, são preênseis, aparentemente uma adaptação à função de alimentação.
A forma dos apêndices natatórios é similar a encontrada em copepoda, mas orientados lateralmente, diversamente dos copepodes e cefalocárideos nos quais a orientação é ventral.
Classe Cephalocarida
O grupo Cephalocarida também é pequeno, com apenas nove espécies conhecidas. Os cefalocáridos ocorrem ao longo da costa norte-americana do Golfo do México e Caribe e da costa japonesa. Apresentam comprimento de 2 a 3 milímetros e têm sido encontrados em sedimen­tos da zona entremarés até 300 metros de profundidade. Algumas de suas características são particularmente primitivas. Os apêndices torácicos são muito similares entre si e estes à segunda maxila. Esta e os sete primeiros apêndices torácicos possuem um epipodito uniarticulado, longo, no seu protopodito. Os cefalocáridos não pos­suem olhos, carapaça ou apêndices abdominais.
São hermafroditas verdadeiras e os únicos Arthropoda a eliminarem óvulos e espermatozóides por um único duto.
Classe Branchiopoda
Branchiopoda (Gr. Branchia, brânquia, + pous, podos, pés). Os Branchiopodas representam uma forma de crustáceo com algumas características primitivas. As principais características da Classe Branquiopoda são: Filopódios que quer dizer que seus apêndices são achatados, similares a folhas, carapaça ausente ou presente, apêndices abdominais ausentes na maioria das ordens, os apêndices abdominais são usados para filtrar partículas em suspensão e em outros grupos exceto os cladoceros, também usam para sua locomoção, maxila e a primeira antena reduzidas, e olhos compostos presentes. A reprodução é bastante interessante e lembra o que ocorre em alguns rotíferos. Durante o verão, frequentemente produzem só fêmeas partenogenéticas, aumentando rapidamente sua população. Ocorrendo condições desfavoráveis, alguns machos e óvulos fertilizáveis oriundos de meiose são produzidos. Os ovos fertilizados são altamente resistentes ao frio e à dessecação, importante para a sobrevivência da espécie durante o inverno e para o transporte passivo a novos habitats. A maioria das cladóceros tem desenvolvimento direto, enquanto outros branquiópodes apresentam metamorfose gradual. São reconhecidas quatro ordens: Anostraca, Notostraca, Conchostraca e Cladocera.
Ordem Anostraca (Gr. an-, prefixo significando sem, + ostrakon, concha). As principais características dessa ordem são: Carapaça ausente, antena unirreme, apêndices abdominais ausentes. São exemplos Artemias e as Branchinectas.
Ordem Notostraca (Gr. notos, parte posterior, + ostrakon, concha). As principais características dos animais dessa ordem são: A carapaça forma um escudo dorsal grande, apêndices abdominais presentes e posteriores reduzidos, antenas vestigiais. São exemplos os Triops e Lepidurus.
Ordem Cladocera (Gr. Klados, um ramo, + Keras, chifre). As principais características dessa ordem são: os animais têm a carapaça dobrada, usualmente envolvendo o tronco, mas não envolve a cabeça, antenas birremes, que quer dizer que tem dois ramos, apêndices abdominais ausentes, exemplos: Daphnias e Leptodora.
Ordem Conchostraca (Gr. Konche, concha, + ostrakon, concha). Carapaça bivalve envolvendo inteiramente o corpo, antenas birremes, todos os apêndices do tronco similares. Exemplo: Lynceus.
Classe Maxillopoda
            Classe Maxillopoda congrega vários grupos de crustáceas tradicionalmente como classes. Apresentam basicamente: cinco somitos cefálicos, seis torácicos e usualmente quatro somitos abdominais mais um télson.
Não há apêndices típicos no abdômen. O olho náuplio (quando presente) tem uma estrutura única referida como olho naupliar.
Subclasse Ostracoda      
            Os membros de Ostracoda são como os conchóstracos, envolvidos por uma carapaça bivalve e assemelha-se a mariscos frágeis, com 0,25 a 8 milímetros de comprimento.
             Mostram uma considerável fusão de somitos do tronco, e vários apêndices torácicos estão reduzidos a dois ou nenhum. A alimentação e locomoção ocorrem principalmente, pelo uso dos apêndices cefálicos. A maioria vive no fundo ou sobre plantas e alguns são planctônicos. Poucos são parasitas, os hábitos alimentares são diversificados: detritívoros, predadores e herbívoros. Distribuem-se em habitats marinhos e dulcícolas. O desenvolvimento ocorre por metamorfose gradual.      


Subclasse Mystacocarida
            A classe Mystacocarida inclui pequenos crustáceos (menos de 0,5 milímetros de comprimento) vivem na água intersticial entre grãos de areia de praias marinhas. Apenas 10 espécies foram descritas, mas estão amplamente distribuídos em varias partes do mundo.
Subclasse copepoda
            Este grupo é o maior em números de espécies são pequenos (poucos milímetros ou menos comprimento), alongados e afilados posteriormente. A carapaça está ausente e retém o olho mediano, simples, naupliar nos adultos.
            Apresentam um único par de maxilípedes unirremes e quatro pares de apêndices torácicos natatórios birremes achatados. O quinto par de patas está reduzido. As antenulas são frequentemente mais longas do que os outros apêndices. Os copepoda são muito diversificados e possui grande numero de espécies simbióticas e de vida livre.
            Ecologicamente os copépodes de vida livre são de extrema importância e domina com frequência o primeiro nível trófico consumidor em comunidades aquáticas. Juntamente com os eufausiáceos formam um item alimentar importante para algumas baleias e tubarões. Muitas espécies de copépodes são parasitas de uma grande variedade de invertebrados marinhos, peixes marinhos e de água doce. O desenvolvimento e indireto e alguns muito modificados sofrem metamorfoses notáveis.  
   
Subclasse Tantulocarida
            São ectoparasitas de outros crustáceos não apresentam apêndices cefalicos bentônicos, semelhante à copépodes e de pequeno tamanho (0,15 a 0,2 milómetro). Não apresentam apêndices cefálicos reconhecíveis, exceto um par de antenas nas fêmeas.  O ciclo de vida não é conhecido com certeza, mas as evidencias atuais sugerem a ocorrência de um ciclo partenogenético e um ciclo bissexual com fertilização. A larva tântulo penetra na cutícula dos seus hospedeiros pela boca. O abdômen e todas as patas torácicas são perdidos durante a metamorfose até os adultos.
Subclasse Branchiura 
             Os branquiúros são um grupo pequeno de parasitas de peixes, os quais não apresentam brânquias. Medem entre 5 a 10 milímetros de comprimento e podem ser encontrados em peixes marinhos e de água doce. Apresentam uma carapaça larga e semelhante a um escudo, olhos compostos, quatro apêndices torácicos natatórios e um abdômen pequeno e não segmentado. A segunda maxila modificou-se como ventosa, permitindo movimento ao longo do corpo do hospedeiro ou de um peixe para o outro. O desenvolvimento é quase direto e os jovens assemelham-se aos adultos exceto no tamanho e no grau do desenvolvimento dos apêndices.
    
Subclasse Cirripedia
A classe inclui as cracas (ordem Thoracica), animais envolvidos por uma concha de placas calcárias, e outras três ordens pequenas de formas parasitas. As cracas são sésseis quando adultas e podem está aderidas ao substrato por um pedúnculo. Sua forma típica mostra uma carapaça (manto) que envolve o corpo e secreta uma concha de placas calcárias. A cabeça está reduzida e os apêndices torácicos são cirros cerdados e multiarticulados. Embora todas as cracas sejam marinhas, frequentemente são encontradas entremarés.  As cracas são hermafroditas e sofrem metamorfose durante o desenvolvimento.
  
   

Classe Malacostraca

A maior classe de Crustácea é a dos Malacostraca e mostra grande diversidade. A diversidade é indicada pelos táxons superiores da classificação do grupo, que abrangem três subclasses, 14 ordens e muitas subordens, infraordens e superfamílias.

Ordem Isopoda
Os isópodes são um dos poucos grupos de crustáceos que invadiram com sucesso hábitats terrestres, além de ocuparem ambientes marinhos e dulcícolas, e são os únicos crustáceos que se tornaram verdadeiramente terrestres.
Comumente são achatados dorsoventralmente, a carapaça está ausente e apresentam olhos sésseis; os maxilípedes são o primeiro par de apêndices torácicos.
As formas terrestres comuns são os tatuzinhos ou tatuzinhos-de-quintal (Porcellio e Armadillidium), os quais vivem sob pedras e em ambientes úmidos. Embora terrestres, não possuem uma cobertura cuticular eficiente e outras adaptações, como as dos insetos, para conservação da água; portanto precisam viver em condições de umidade. Caecidotea é uma forma de água doce encontrada sob pedras e entre plantas aquáticas. Ligia é uma forma marinha comum que ocupa praias rochosas ou de areia. Alguns isópodes são parasitas de peixes ou crustáceos e alguns são altamente modificados. O desenvolvimento é essencialmente direto, mas pode ser fortemente metamórfico em parasitas especializados.
Ordem Amphipoda
Os anfípodes assemelham-se aos isópodes na ausência da carapaça e presença de olhos compostos e um par de maxilípedes, mas seu corpo é usualmente comprimido lateralmente, e suas brânquias articulam-se ao tórax em posição conspícua. Além disso, seus apêndices torácicos e abdominais são arranjados em dois ou mais grupos que diferem em forma e função. Por exemplo, as patas abdominais de um grupo podem ser natatórias e as de outro, saltadoras. Há muitos anfípodes marinhos, incluindo formas praianas (por exemplo, Orchestia, um saltão-de-praia), numerosos gêneros dulcícolas (Hyalella e Gammarus) e poucos parasitas. O desenvolvimento é direto.

Ordem Euphausiacea
          Os Euphausiacea são um grupo com apenas 90 espécies, mas são importantes como os planctontes oceânicos conhecidos como kríll. Medem aproximadamente 3 a 6 centímetros de comprimento, possuem carapaça fundida com todos os segmentos torácicos mas não encobrem totalmente as brânquias, não têm maxilípedes e apresentam exopoditos em todas as patas torácicas. A maioria é biolumines-cente, pela presença de uma substância produtora de luz em um órgão chamado fotófobo. Algumas espécies podem ocorrer em enxames enormes, capazes de cobrir áreas de mais de 45 m2, estendendo-se por 500 metros em uma direção única seu desenvolvimento é indireto.
Ordem Decapoda
Os decápodes possuem três pares de maxilípedes e 5 pares de apêndices ambulatórios, cujo primeiro par é modificado em vários grupos para formar quelas (pinças). Seu tamanho varia de poucos milímetros ao maior de todos os artrópodes, os caranguejos japoneses Macrocheira, cuja envergadura das quelas atinge 4 metros. Lagostins, lagostas, siris e caranguejos, e camarões pertencem a este grupo. Há cerca de 10.000 espécies de decápodes e a ordem é bastante diversificada. Há espécies de grande importância ecológica e econômica e vária são utilizadas como alimento pelos seres humanos.
Referência:
Hickman Jr., Cleveland P.; Roberts, Larry S.; Larson, Allan

               Princípios Integrados de Zoologia - 11ª Ed 2004


         Editora Guanabara KooganRio de Janeiro